Joselita,
Ela decidiu que eu me chamaria Stella. Mas a estrela era ela!
Hoje minha mãe faria 70 anos, se viva estivesse. Se a cada 12 de março meu corpo e minha mente se preparam para comemorá-la, ainda mais hoje.
A palavra comemorar vem do Latim commemorare que quer dizer, memorar, recordar, solenizar. E solenizar quer dizer celebrar com solenidade, tornar solene.
Por essas razões de cunho linguístico, morfológico, semântico, e mais ainda pelas razões afetivas, psíquicas e emocionais, hoje eu solenizo Joselita Guimarães Ribeiro.
Nascida no Estado do Espírito Santo, viveu uma vida simples, com um pai que era o sapateiro da cidade e a mãe costureira. O grande feito do início da juventude foi concluir o curso de formação de professores.
Seu primeiro trabalho foi numa escola em uma fazenda da região, ensinando adultos e crianças a ler e escrever. Meu vô preparou uma espécie de bota , galocha reforçada, para ela atravessar os pastos até a casinha que abrigava a escola.
Meu vô tomava conta da congregação batista da cidade, embora não fosse pastor. E deciciu: essa menina precisa aprender a tocar os hinos, pois temos um harmônio. E assim foi. Acharam uma professora na cidade vizinha e lá foi a mãe de trem, viver uns tempos na casa da professora. Trabalhava na casa em troca dos estudos de piano.
Aprendidos todos os hinos, voltou para a cidade e continuou tocando.
Mas seus talentos eram muitos. E ,como escrevesse bem, participou de um concurso de crônicas e o prêmio que recebeu com a vitória, foi um acordeon. Começou a tocar também esse instrumento, e se tornou especialista.
Era de um temperamento manso, submisso, de uma simplicidade nobre . Mulher inteligente e observadora, mas de uma silenciosa sabedoria, sobre quase todas as polêmicas em tôrno dela.
Poucos de fato chegaram nas águas profundas do seu coração e das suas idéias. Era um tesouro que ela não expunha, mas que generosamente deixava aberto para os sensíveis e persistentes caçadores de tesouros.
Depois do casamento veio morar no Rio e o órgão virou o seu principal instrumento. Ela era a referencia musical da igreja.
Com 5 anos começou a me ensinar piano. E desde então não parei mais. Depois me inscreveu na Iniciação Musical, da UFRJ, e me levava para as aulas.
Com 14 anos comecei a tocar na igreja Ela no órgão , eu no piano. E por muitos anos fizemos essa "dobradinha".
O que eu tenho de melhor em mim veio dela.
Ela foi minha melhor amiga, minha inspiração musical, meu exemplo, e seu eu conseguir ser um pouco do que ela foi, terá valido a pena.
Ê mãe, que saudade. ....
... hoje eu te celebro, te solenizo, não que você precise disso , mas porque eu preciso. Teu brilho me encanta e tua luz me guia, minha estrela.
E a Deus eu agradeço por Ter me dado um presente que será para a eternidade!
Ela decidiu que eu me chamaria Stella. Mas a estrela era ela!
Hoje minha mãe faria 70 anos, se viva estivesse. Se a cada 12 de março meu corpo e minha mente se preparam para comemorá-la, ainda mais hoje.
A palavra comemorar vem do Latim commemorare que quer dizer, memorar, recordar, solenizar. E solenizar quer dizer celebrar com solenidade, tornar solene.
Por essas razões de cunho linguístico, morfológico, semântico, e mais ainda pelas razões afetivas, psíquicas e emocionais, hoje eu solenizo Joselita Guimarães Ribeiro.
Nascida no Estado do Espírito Santo, viveu uma vida simples, com um pai que era o sapateiro da cidade e a mãe costureira. O grande feito do início da juventude foi concluir o curso de formação de professores.
Seu primeiro trabalho foi numa escola em uma fazenda da região, ensinando adultos e crianças a ler e escrever. Meu vô preparou uma espécie de bota , galocha reforçada, para ela atravessar os pastos até a casinha que abrigava a escola.
Meu vô tomava conta da congregação batista da cidade, embora não fosse pastor. E deciciu: essa menina precisa aprender a tocar os hinos, pois temos um harmônio. E assim foi. Acharam uma professora na cidade vizinha e lá foi a mãe de trem, viver uns tempos na casa da professora. Trabalhava na casa em troca dos estudos de piano.
Aprendidos todos os hinos, voltou para a cidade e continuou tocando.
Mas seus talentos eram muitos. E ,como escrevesse bem, participou de um concurso de crônicas e o prêmio que recebeu com a vitória, foi um acordeon. Começou a tocar também esse instrumento, e se tornou especialista.
Era de um temperamento manso, submisso, de uma simplicidade nobre . Mulher inteligente e observadora, mas de uma silenciosa sabedoria, sobre quase todas as polêmicas em tôrno dela.
Poucos de fato chegaram nas águas profundas do seu coração e das suas idéias. Era um tesouro que ela não expunha, mas que generosamente deixava aberto para os sensíveis e persistentes caçadores de tesouros.
Depois do casamento veio morar no Rio e o órgão virou o seu principal instrumento. Ela era a referencia musical da igreja.
Com 5 anos começou a me ensinar piano. E desde então não parei mais. Depois me inscreveu na Iniciação Musical, da UFRJ, e me levava para as aulas.
Com 14 anos comecei a tocar na igreja Ela no órgão , eu no piano. E por muitos anos fizemos essa "dobradinha".
O que eu tenho de melhor em mim veio dela.
Ela foi minha melhor amiga, minha inspiração musical, meu exemplo, e seu eu conseguir ser um pouco do que ela foi, terá valido a pena.
Ê mãe, que saudade. ....
... hoje eu te celebro, te solenizo, não que você precise disso , mas porque eu preciso. Teu brilho me encanta e tua luz me guia, minha estrela.
E a Deus eu agradeço por Ter me dado um presente que será para a eternidade!
Stella Junia
5 comentários:
O que eu tenho de melhor em mim veio dela... Essa frase sua é uma das coisas mais bonitas que eu, poeta, já ouvi... não pela construção, mas pelo sentimento... Teacher, eu gosto muito desse texto... Deus abençoe vc e suas memórias carregadas de valor e de integridade... Giovanni
Giavanni querido,
Muitas saudades!
Obrigada pelo carinho de sempre.
E voce tem toda razão,quanto maior o sentimento, mais intenso e verdadeiro o texto.
Eu fui no seu blog. Não pare de escrever!!
bj Stella
Stella, obrigada por me convidar para compartilhar desse espaco tao seu, tocante e especial. O poder da fe e da presenca de D.Joselita sao eternos. Amem. Beijos, Ze.
Oi Zê, que bom que vc veio.
Vc faz parte desse universo de lembranças e bons momentos da minha vida, aliás, os melhores!!
Ter vc por perto é eterniza-los!
bj e obrigada
É... Realmente a Ialita(?) como era chamada, era um exemplo de pessoa, aindo sinto saudades de quando Dilnéia e eu saímos da Escola de Música e passávamos em sua casa para lanchar...Vc era muito pequenina.. Talvez não se recorde disto.. Muito pequena mesmo! É um prazer vê-la crescida e tão talentosa! Eu amava muito Joselita. Pessoas que não nascem todo dia. Bjs a todos vcs!
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