sábado, 13 de junho de 2009

"Tempus Fugit"



"Tempus Fugit"- Esta é uma expressão latina que está em vários relógios antigos, como neste dessa foto acima.
O Tempo foge, o tempo passa.....
Cada movimento do ponteiro do relógio, de segundo a segundo, não se pode recuperar.
O tempo foge e não para nunca.
Domingo passado tive o prazer de ouvir sobre isso, de forma tão profunda e artística, que provavelmente não me esquecerei jamais.
Aquele momento de ' raro prazer' é o motor dessa postagem.
O tempo e a morte são dois temas que me mobilizam muito.
A vida, essa incrível oportunidade, essa chance de ser e realizar, é uma viagem com passagem marcada, com hora e data pra acabar.
A minha chegada foi no dia 1 de Janeiro de 1965, sexta-feira, às 21hs, no Hospital evangélico, no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro. Isso estava planejado, alguém determinou assim.
A minha saída tem data, lugar e horário marcado, mas não foi me dado a saber, não é dado a ninguém .
Mas este dia que se chama hoje, é meu e seu!
Como disse Drummond: " O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente".
E venho com Salomão:
" Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço.
E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte à Deus, que o deu".
" Então louvei eu a alegria, porquanto para o homem nada há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se: porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida
que Deus lhe dá debaixo do sol".
Quanta vida e tempo perdemos em trabalhos que não se compatibilizam com as nossas verdadeiras vocações;
quanta energia gasta em projetos sem paixão;
quanta gente sofrendo por amores fugazes e equivocados,
por pequenas contrariedades,
por palavras que foram ditas fora de tempo,
palavras que não foram ditas a seu tempo,
convites aceitos sem amor,
convites que não foram feitos por desamor;
quanto sonhos abandonados;
quanto atenção dada aos profetas do caos, gente que não sonha, não realiza e não quer que ninguém mais o faça;
quanto desânimo,
desesperança,
preguiça,
senso de inutilidade,
depressão,
covardia,
desprezo pelo belo,
pela ternura,
pela natureza,
quanto amor feio....
eu quero amar bonito!
Eu quero viver o tempo que for me dado, com intensidade.
Com a sabedoria conquistada pela experiencia de momentos vividos sem medo, sem culpa, sob a luz do Pai.
O mesmo PAi que trará todas as coisas a juízo.
Que coisas? Principalmente aquelas que significam o desperdício da vida, o mau uso do tempo, relacionamentos sem amor, falta de generosidade e bondade consigo e com os outros.
Haverá tempo bom, tempo mau, altos, baixos, mas 'essa é a nossa porção debaixo do sol'.
Vida- um presente de Deus, no tempo que se chama hoje, do segundo que está e que já foi, no tempus fugit.
stella

4 comentários:

marinaide@globo.com disse...

Stella,
seu texto é impecável.
uma delícia de ler!
preciso, delicado e profundo.

bjs

Marinaide

Alexon Fernandes disse...

É a síntese do que devemos e do que não devemos fazer de nossas vidas.

Renata disse...

Teinha, maravilha de textos!! Obrigada por compartilhá-los conosco! Grande beijo,
Cunha Renata

CRISzinha disse...

Stella.
Preciso dizer q pensei num palavrão bem feio, mas q nesse caso representava algo bem bonito seu texto. Não serei indelicada em colocá-lo aqui... rs Mas... EXCELENTE!! Deus não economizou nos talentos dados a vc.
Bjus